Rosa Pena

 

 

 


Rosa Pena (Rio de Janeiro/ RJ), professora e escritora.
Trabalhou na Divisão de Multimeios da Educação na Secretaria de Educação e Cultura do Rio de Janeiro,
com projetos ligados a cinema, teatro, música e literatura.
Tem livros virtuais publicados e quatro livros editados no papel.
Com Licença da Palavra pela editora Scortecci, antologia do grupo pax poesis encantada/ 2003,
PreTextos seu livro solo /2004, pela editora All Print onde reúne cem crônicas de sua autoria,
Virtualismo pela editora ABVL antologia que registra a formação de novos escritores
através da Internet/ 2006 e UI! pela editora Bagatelas,
mais um livro solo onde reúne cerca de 40 contos e 50 crônicas / 2007.
Mais sobre a autora em seu site: hhttp://www.rosapena.com/

 


Nada sei

Rosa Pena


Me fizeram gente ao me conceberem. Ganhei um ninho.
Deixaram-me ser criança. Voei leve
Tentaram me ensinar a adolescer. Voei breve.
Me fiz mulher por acaso. Voei rasante.
Aprendi a ser amante. Voei contente.
Me fiz mãe num instante. Virei ninho.
Intitulei-me adulta. Pousei.
Sensata... Amadureci! Comprei uma gaiola.
Mas nela tinham letras que voavam. Virei poeta.

A quantos pés de altura viajam os sonhos?
Não existem controladores de vôos de quimeras.
Então me refiz criança sabendo que nada sei.
Decreto que hoje completo uma primavera.



SEDEX

Rosa Pena

Segue nessa remessa um pedaço do céu, pode ser o da minha boca, um braço do mar, os meus seguem os dois, uma margarida que acabei de colher, florescida em meu sexo ainda úmido de sonhar contigo, o vento que bateu no meu rosto tentando me acordar, bem difícil sem os seus beijos, meu cheiro de fruta madura, da vez, pois sei você é meu freguês, minha alma analfabeta que só sabe duas vogais, ai, minha respiração ofegante, um bocado do verde que é meu alimento, burra, total falta de bom senso viajar sem você e pra disfarçar perante o correio minha foto sorrindo. Aqui não é lindo, pois a luz é indireta.

Ela nasce no seu olhar que não chega até cá.



Azulzinho

Rosa Pena


Que seja eterno
teu jeito garoto
meu sorriso maroto.
Que permaneças
moleque
da língua sem breque.
Que fiques travesso,
me virando do avesso.
Que no amor
sonhes em ser eternamente
meu beija- flor.
Que nosso casamento
seja sem aliança.
Apenas conquista
que a cada dia se alcança.
Que não morram
em nós as crianças.
Que sempre seus pés
me conduzam pra dança.
Que o céu convencido
de seu azul tão exposto
saiba que é só o reflexo
que vem do teu rosto.

http://www.recantodasletras.com.br/autor.php?id=303

Livro Visitas

 



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